Fiódor Dostoiévski
1821-1881
Fiódor Dostoiévski foi um dos maiores romancistas russos, conhecido por suas profundas explorações psicológicas e filosóficas em obras-primas como "Crime e Castigo" e "Os Irmãos Karamázov".

Fiódor Mikhailovich Dostoiévski nasceu em 11 de novembro de 1821, em Moscou, Rússia. Filho de Mikhail Dostoiévski, um médico militar, e Maria Dostoiévskaia, Fiódor cresceu em um ambiente de rígida disciplina e devoção religiosa. Aos 15 anos, após a morte de sua mãe, foi enviado para São Petersburgo para estudar na Academia de Engenharia Militar, onde se formou em 1843. No entanto, Dostoiévski rapidamente abandonou a carreira militar para se dedicar à literatura.
Sua estreia literária ocorreu em 1846 com o romance "Gente Pobre", que recebeu aclamação da crítica e o estabeleceu como um jovem escritor promissor. No entanto, seu segundo romance, "O Duplo", não foi bem recebido, e Dostoiévski entrou em um período de dificuldades financeiras e crise pessoal.
Em 1849, Dostoiévski foi preso por participar de um círculo intelectual radical que discutia ideias proibidas pelo regime czarista. Condenado à morte, ele teve sua sentença comutada para trabalhos forçados na Sibéria, onde passou quatro anos em um campo de prisioneiros em Omsk, seguidos por mais seis anos de serviço militar compulsório. Esta experiência de sofrimento extremo teve um profundo impacto em sua visão de mundo e influenciou toda a sua obra subsequente.
Após ser libertado, Dostoiévski voltou a São Petersburgo em 1859 e retomou sua carreira literária. Em 1864, publicou "Notas do Subterrâneo", uma obra considerada precursora do existencialismo, na qual um narrador amargurado e isolado reflete sobre a condição humana. No mesmo ano, ele sofreu a perda de sua primeira esposa, Maria, e de seu irmão Mikhail, mergulhando em um profundo luto e dificuldades financeiras.
Durante a década de 1860, Dostoiévski escreveu algumas de suas obras mais importantes, incluindo "Crime e Castigo" (1866), que explora a psicologia do crime e da culpa através do personagem Raskólnikov, e "O Idiota" (1869), que retrata a figura de um homem moralmente puro, o príncipe Míchkin, em uma sociedade corrupta.
Em 1867, Dostoiévski casou-se com Anna Snitkina, sua jovem estenógrafa, que se tornou uma companheira devota e ajudou a estabilizar sua vida pessoal e financeira. Juntos, viajaram pela Europa, onde ele escreveu "Os Demônios" (1872), um romance político que critica o radicalismo revolucionário.
A última grande obra de Dostoiévski, "Os Irmãos Karamázov", foi publicada em 1880. Este romance é uma profunda investigação sobre a fé, a dúvida e a moralidade, centrada na tumultuada relação entre o pai Karamázov e seus três filhos. É amplamente considerado uma das maiores realizações da literatura mundial.
Fiódor Dostoiévski faleceu em 9 de fevereiro de 1881, em São Petersburgo, devido a complicações de uma epilepsia crônica e um enfisema. Seu funeral atraiu milhares de admiradores, refletindo a profunda influência de sua obra na Rússia e no mundo. Dostoiévski é lembrado como um dos maiores romancistas de todos os tempos, cujas explorações psicológicas e filosóficas continuam a ressoar com leitores e estudiosos.